quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Quando te ligo quero dizer isto


Toda eu não sei como te dizer isto. Que sinto que já fui, que fiquei parada lá atrás, que deixei o autocarro levar-me os sorrisos e amigos bons, todos. Pior, que também o não apanhei porque não havia mais lugares em pé e, claro está, farta de estar sentada estou eu, o dia todo. Que fiquei, tenho a perfeita noção, com cara de parva e manienta de ser menos que o mundo a acenar para umas caras coladas no vidro dos lugares de trás que não lá estavam. Nem uma mensagem desenhada, nem um bilhete de volta. Eu, palhaça triste ridícula, com pena de mim e uma noção qualquer de sonho diferente disto.

Pelo menos tu rias-te das minhas piadas. Por ora, o humor transforma-se, a cada hora que passa, cada vez mais um prato japonês que não provo por medo dos meus males de bílis. Fico com pose e vida de velha na paragem dos transportes públicos à espera dos meus sorrisos e amigos bons, todos. Depois de meia em meia hora ainda se ouve 'Lamentamos todos os inconvenientes causados'. Pelo menos, sejam sinceros, façam-me rir.