As sombras são mais fixas que as suas donas. Eu tenho tristeza, mas não tenho mais nada. Coisas de final de ano, sempre escuras e sempre fantasmas que não se despegam dos cantos mais infelizes da nossa casa ou olhos. Sempre sentimentos que não resistem por eles, sempre mensagens em garrafas aportadas em portos sem marinheiros. Sempre eu mais eu e mais tu, mas mais nada. Valha-me a tristeza e as sombras, menos efémeras que os seus donos. E sempre. Sempre a tristeza da morte a dar lugar à alegria de recriar ou de encontrar a minha pele, outra vez. Ser eu não é coisa que muita gente sinta, nem eu sinto nada por eles. Sinto muito, mas ser eu. E eu gostar.
O final da viagem é incerto, mas sempre eu mais eu. E mais tu. Seremos felizes, não tenho a menor dúvida, meu amigo. Seres tu, e eu amar.
1 comentário:
Que nos valha a tristeza porque ensina a saborear a alegria. Que nos valha sermos nós a dar-nos conta do quão grandes somos, e do quanto crescemos e aprendemos. Que para o ano sintamos o mesmo, só que com mais histórias para contar. E que acabemos sempre o ano a sorrir como sorrimos agora.
No meu coração, amiga ;) Tu sabes.
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