sábado, 9 de maio de 2009

3 meses depois


Ah, o sentir de alguém que só queria sentir.
Uns meses podem parecer anos, tal como os anos podem parecer meses. E um ano pode soar a um século. E nós que nos perguntamos se isso é bom ou mau sinal. E os anos que parecem séculos e que passam no deixa-andar e no deixa-sofrer, que tanto valem muito a pena como parecem o maior desperdício de ar e vida e coração. E a perda daquilo que julgávamos garantido; a escarra de alguém que julgávamos perfeito e que nunca nos falharia, mesmo na nossa cara; e a nossa na cara de outros que julgavam o mesmo. O girar da Terra que nos deixa tontos de cabeça e pobres de espírito e fracos de corpo. O desconhecer do amanha e medo desse mistério, causado por olharmos para trás e contarmos as vezes que achámos que a altura da vida que vivemos hoje seria a mais feliz de todas, e é uma porcaria. E se isso se prolongar por séculos? O que vai ser de nós?

Eu vivi séculos nestes últimos meses, e aprendi que quanto mais sabemos menos sabemos. Que quanto mais vendamos os olhos mais vemos, e mais odiamos o que vemos. Já me doeu magoar alguém, mas agora dói muito mais ser magoado. E aquilo que dói, ou se cura ou se amputa de vez. Nada de mais, o problema é quando ficarmos sem membros, porque curas há poucas e são muito raras aquelas que servem realmente de antídoto. Estou cansado de ser alquimista. Estou cansado de acreditar no Espírito e me imporem a Razão, como se a tivessem toda. Não quero mais, estou cheio. Comi muito este século, e agora bem que me dói a barriga. Está na hora de controlar os consumos e ser saudável. Talvez isso acelere os ponteiros do relógio, e me ajude a olhar para trás sem medo de pisar o degrau seguinte.

Somos todos os maiores, graças a Deus. Mas andamos todos curvados à frente do chicote de alguém, até nos cansarmos e nos virarmos a quem nos magoa ou morrermos porque simplesmente a última chicotada foi fatal. E no fundo, sabemos que a merecemos de tão ridículos que fomos. A vida sobe e desce qual maré revolta, e nós à deriva , sempre à deriva, a tentar mover o nosso barco, que funciona tão bem se o comandarmos sozinhos mas que sem outros lá dentro não é possível domar.
E entretanto, lá lançamos a corda a náufragos que, em vez de a segurarem e de nos sorrirem, a roem todinha até não haver mais, e ainda nos cospem farpas para cima porque a corda não lhes sabe a moranguinho. Guess what? Afoguem-se.

2 comentários:

Miriam disse...

NAAAO :P
Eu devo andar a abusar no LSD porque estou a ter super-alucinaçoes :P - O PEDRO ESCREVEU NO SEU BLOG?!

Agora, sem parvoeira :P

Grande regresso! Adorei o texto (principalmente porque me identifico com cada palavrinha)!

E pronto... um grande beijinho :)

Anónimo disse...

**da-se... diz-me só, diz-me só: Posso ser tua amiga? xD

Quer-me parecer que a opinião- opinião, dou-ta pessoalmente. Mas está sincero, cruo, tudo de bom. De génio. =)~~

PseudoCoisa.