Às vezes gostava de te dizer que a minha vontade é beijar-te sem pensar em nada. Às vezes queria que o Amanhã não fosse real, para não ter de pensar no que viria após esse beijo. Talvez um dia não haja mesmo Amanhã, e eu possa libertar as palavras da boca cosida, e o sabor a nada da língua. E agora que penso, ironia das ironias, quem sabe se há mesmo um Amanhã, e se não ando a semear sonhos por terras inóspitas e inférteis.
Não precisas de me gritar que és real e que estás aqui. Sinto-o na pele a cada dia que passa - a rotina chicoteia-me, e as chagas urram por novas dores. Podíamos mudar a realidade num só gesto sentido, e talvez o novo mundo te agradasse. Ou talvez vivesses uma mentira. Pouco importa. Sou cobarde e estou submisso ao que tenho (ou que resta). Quero mudar tudo, mas não quero que nada mude.
Sei quem és, não te preocupes. Ou aliás, sei demasiado sobre ti, e sobre mim. E esqueço-me que há muita coisa que não sei, e que não queres saber. Rendo-me a isto - textos repletos de palavras que chegam para substituir lágrimas que não mudam nada. Melhor assim. Que se escreva o que não se consegue dizer. Que se trauteie o que não se consegue tocar no piano. Que se esqueça o que não se pode ter. Ainda assim, terminada cada peça, pertences-me. E nos sonhos mais idiotas, serás sempre minha.
Enlacemos as mãos. Não. Desenlacemos as mãos. Momento Ricardo Reis. Chato, irónico e cómico ao mesmo tempo. A alma entretida com a novela mais nonsense do Universo. Tristeza. Desperdício.
Arranja alguém e mata-me de uma vez.
Não precisas de me gritar que és real e que estás aqui. Sinto-o na pele a cada dia que passa - a rotina chicoteia-me, e as chagas urram por novas dores. Podíamos mudar a realidade num só gesto sentido, e talvez o novo mundo te agradasse. Ou talvez vivesses uma mentira. Pouco importa. Sou cobarde e estou submisso ao que tenho (ou que resta). Quero mudar tudo, mas não quero que nada mude.
Sei quem és, não te preocupes. Ou aliás, sei demasiado sobre ti, e sobre mim. E esqueço-me que há muita coisa que não sei, e que não queres saber. Rendo-me a isto - textos repletos de palavras que chegam para substituir lágrimas que não mudam nada. Melhor assim. Que se escreva o que não se consegue dizer. Que se trauteie o que não se consegue tocar no piano. Que se esqueça o que não se pode ter. Ainda assim, terminada cada peça, pertences-me. E nos sonhos mais idiotas, serás sempre minha.
Enlacemos as mãos. Não. Desenlacemos as mãos. Momento Ricardo Reis. Chato, irónico e cómico ao mesmo tempo. A alma entretida com a novela mais nonsense do Universo. Tristeza. Desperdício.
Arranja alguém e mata-me de uma vez.
3 comentários:
Não podes impedir o mundo de girar. Ele é um guerreiro insubordinado que não obedece a estandartes elegantes. Todavia ele é o maior estandarte. Irónico.
Podes mandar-te para a frente do Escudo e ganhar coragem naquelas horas que antecedem a batalha e em que se gritam absurdos nervosos, até que o momento da verdade surge e então é o bater de madeira contra a madeira e gritos de ódio. Mas ao menos conquistas a vitória de te veres livre da espera mórbida do momento da colisão. Já está, não custou assim tanto e as feridas sararão.
Também podes ficar quieto em cima do teu cavalo no topo de uma colina, a observar a colisão de madeira contra madeira e carne contra aço. Depois, quando acaba, bates palmas, dás meia volta e deitaste na cama. A são e salvo tendo como únicas cicatrizes uma data de "ses".
(Meu Deus!! Consegui escrever um épico num comentário xD)
Beijinho no ombro, melhor pianista/teclista/compositor/escritor/amigo*
Mesmo quando nos matam ficam sempre os "ses". Quando tudo desaparece e apenas a neblina impera na nossa mente e coração.
Ai, mas quem fez do Cupido a coisa mais complicada à face da terra?
Mio bello fratello... Life is but a dream, you know. So sometimes we just need to live the dream without thinking about anything else.
Sweet Kisses******
Este está tão, tão, mas tão lindo. De alma, sabes? Que é o mais bonito que tu tens em ti. =)
Beijinhos grandes e abraço daqueles maiores que o mundo.
Enviar um comentário